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Como a neurociência da colaboração pode ajudar a sua liderança?, por Anderson Bars

Desde que a espécie humana evoluiu dos primatas, a colaboração se mostrou como uma característica fundamental para o sucesso da espécie. E a ciência tem muito a nos dizer sobre como isso funciona. 

A colaboração é resultado da evolução do cérebro humano, que se desenvolveu para nos permitir trabalhar em conjunto de maneira eficaz.  

Os primeiros hominídeos já demonstravam habilidades sociais avançadas, como a comunicação vocal e o compartilhamento de recursos.

Com o tempo, o cérebro humano evoluiu para permitir a cooperação em grupos maiores, com a formação de sociedades e culturas mais complexas. 

A neurociência também demonstra que a colaboração libera hormônios como a ocitocina, que promove a empatia e a confiança, e a dopamina, que estimula o prazer e a sensação de recompensa.  

Esses hormônios aumentam a motivação e a satisfação, resultando em maior produtividade e criatividade.  

Além disso, estudos mostram que a colaboração pode contribuir para a saúde mental e física das pessoas, reduzindo o estresse e melhorando o sistema imunológico. 

Um estudo liderado pela Universidade de Duke descobriu que a colaboração pode estar codificada em nosso DNA. A pesquisa mostrou que o gene CD38 está ligado à sociabilidade e à vontade de colaborar com outros. E isso é apenas um dos muitos estudos que comprovam como a colaboração está enraizada em nossa biologia. 

No entanto, sabemos que no ambiente profissional nem sempre é cil colaborar. O egoísmo e a competitividade muitas vezes prevalecem.  

Um estudo da Universidade de Michigan mostrou que as pessoas tendem a ser menos colaborativas quando o seu desempenho individual é avaliado e recompensado, ou seja, quando há uma competição explícita entre os colegas. E, assim, caem por terra os modelos meritocráticos que mais usamos na atualidade. 

Portanto, como nós, reles e mortais líderes, podemos atuar para criar um ambiente mais colaborativo? Primeiramente, é importante que estejamos dispostos a abraçar a colaboração como um valor fundamental, demonstrando esse comportamento por falas e ações. Dando o exemplo mesmo, sabe?  

Um estudo da Universidade de Oxford descobriu que as empresas que adotam uma cultura de colaboração tendem a ser mais inovadoras e a ter um desempenho financeiro melhor. 

Mas isso não é o suficiente. Os líderes precisam agir para eliminar os comportamentos disfuncionais que impedem a colaboração. Um estudo da Universidade de Nova York descobriu que as pessoas tendem a ser menos colaborativas quando se sentem ameaçadas ou inseguras.  

Portanto, é importante que os líderes criem um ambiente de trabalho seguro e acolhedor, onde as pessoas se sintam confortáveis para compartilhar ideias e trabalhar em equipe, sem que o medo as persiga. 

Além disso, é importante que os líderes incentivem a colaboração por meio de recompensas e reconhecimento. Mas não recompensas individuais e, sim, coletivas. Um estudo da Universidade de Harvard mostrou que quando as recompensas são distribuídas de forma equitativa para toda a equipe, as pessoas tendem a colaborar mais e a trabalhar com mais dedicação. 

Resumindo, a colaboração é uma característica fundamental da nossa biologia e pode ser uma grande impulsionadora do sucesso no ambiente profissional. Cabe a nós, líderes, adotarmos essa filosofia e eliminarmos os comportamentos disfuncionais que a impedem.  

Afinal, como disse a famosa antropóloga Margaret Mead: “Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou.”. 

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Artigo de Anderson Bars para a 6ª edição da Revista Caótica. Clique aqui e acesse a publicação completa. 

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