Hierarquia e burocracia não são termos muito bem vistos no mundo corporativo, mas será que eles nunca são necessários? São mesmo vilões?
Mesmo nas empresas em que a organização das atividades acontece de forma mais horizontal e aberta, existem momentos que podem demandar uma cultura empresarial mais rígida.
Afinal, cada organização e cada momento da sua trajetória apresentam especificidades que exigem abordagens distintas.
Por isso, vale a pena pensar em outras formas de organização e diferentes tipos de cultura empresarial que podem se encaixar bem nas necessidades do seu negócio.
Mas, voltando à pergunta inicial: será que a hierarquia e a burocracia podem trazer benefícios? Para descobrir a resposta, continue a leitura!
Hierarquias fortes e processos burocráticos podem ser benéficos?
Diferentemente do que muita gente pensa, sim, organizações mais hierárquicas e processos burocráticos podem ser positivos para uma empresa.
Isso se aplica, principalmente, aos negócios que atuam em setores nos quais há a necessidade de um alto grau de controle e precisão nas atividades exercidas.
Esse é o caso, por exemplo, dos setores regulados, que precisam se manter constantemente atentos a normas e orientações, as quais devem ser seguidas à risca.
Nesses contextos, os menores deslizes podem gerar grandes prejuízos, inclusive à vida, o que significa que a adoção de uma hierarquia forte e de processos mais burocráticos pode ser benéfica para manter as atividades em ordem.
Qual tipo de cultura valoriza a hierarquia e a burocracia?
A maneira como uma empresa conduz as suas atividades está ligada à cultura empresarial adotada.
De acordo com Charles Handy, um importante especialista em comportamento e gestão organizacional, ela pode ser dividida em quatro tipos: a do poder, a da pessoa, a da tarefa e a da regra.
Esta última é caracterizada por uma postura que valoriza a conformidade com as regras e normas a serem seguidas, prezando por estabilidade e previsibilidade. Para isso, a hierarquia e a burocracia são fundamentais.
Por isso, a cultura da regra é a mais adequada para as empresas que adotam esses princípios. Confira mais detalhes sobre ela:
Quando usar?
Como mencionamos, a cultura da regra é muito bem-vinda nas organizações de setores regulados, como o financeiro ou a indústria de alimentos.
Nesses contextos, a conformidade estrita com normas e procedimentos é fundamental para prezar pela segurança e pela qualidade, garantindo o sucesso do negócio e evitando prejuízos causados por deslizes no cumprimento das diretrizes do setor.
Além disso, outra possibilidade de aplicação dessa abordagem são as instituições governamentais, que também priorizam a estabilidade e a previsibilidade de suas operações.
Para além desses exemplos, essa cultura também se aplica a qualquer empresa que necessite de mais constância na realização das suas atividades.
Quando não usar?
Mesmo com tantos benefícios, é importante lembrar do que dissemos anteriormente: empresas e momentos diferentes pedem abordagens distintas.
Por isso, nos cenários em que a organização deseja incentivar a participação ativa dos colaboradores, estimular a inovação e incentivar as equipes a exercerem sua criatividade, a cultura da regra não será a melhor opção, justamente por propor uma hierarquia forte.
Nesse tipo de contexto, será preciso adotar outro tipo de cultura empresarial, como a da pessoa, que propõe uma organização mais aberta e participativa das atividades da empresa.
Para conhecer outras possibilidades, continue aqui no blog da Escola do Caos e confira nosso post sobre a Cultura do poder: o que é e quando faz sentido?.