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Procuram-se líderes que levem times à alta performance

“Um líder extraordinário é aquele capaz de engajar e inspirar sua equipe, levando-a a correr até a última milha por ele”. A frase, uma das preferidas do diretor-geral da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Roberto Lima, define o sonho de muitas organizações em relação à atuação da sua liderança.  

E você, acha que conseguiria fazer seu time correr uma maratona ou mais por acreditar em você? A capacidade de inspirar um time a fazer o seu melhor vive na diferença entre ser um líder e não apenas ocupar uma cadeira de gestor. E isso vai ajudá-lo a construir uma equipe capaz de atingir o impossível. 

“Ao se esforçar para se tornar um líder genuíno, você estará preparado para assumir responsabilidades maiores e guiar sua equipe para o sucesso. Para isso, invista em seu desenvolvimento pessoal, aproveite as oportunidades de aprendizado e crescimento, e seja autêntico em sua jornada de liderança”, afirma Roberto Lima.

Aqui estamos falando de liderança transformadora que vai muito além de simplesmente gerenciar pessoas. Ela envolve inspirar, motivar e capacitar cada membro da equipe a acreditar e atingir seu potencial máximo.

“Acho que uma liderança inspiradora é capaz de construir e mover times de alta performance, inclusive, porque passa uma visão aspiracional, audaciosa, porém factível. Ela dá direção e aponta quais são os alicerces e os gatilhos para chegar lá. Ela inspira, desafia e gera confiança no time”, resume o diretor de marketing e trade marketing da Panco, Vinicius Germano. 

Os líderes eficazes comunicam visões, metas e expectativas de forma clara e transparente, garantindo que cada membro da equipe compreenda seu papel no sucesso coletivo. Eles também estão prontos para capacitar suas equipes, delegam responsabilidades e dão autonomia para que seus times possam tomar decisões e enfrentar desafios de forma proativa. Mas quais são as práticas específicas a serem adotadas para se atingir esse nível de excelência? 

“Eu acho que tem uma cultura de aprendizagem contínua que é muito importante para o líder, porque ele não sabe de tudo, mas tem uma habilidade em gerir equipes, pares e stakeholders da organização. Ele precisa saber ouvir, não ser autoritário e ser acessível, demonstrando que não tem todas as soluções e nem possui a capacidade de resolver todos os problemas de determinado projeto. Por isso, precisa de equipe para ajudar”, destaca o executivo da Panco. 

Outro ponto-chave destacado pelos especialistas é a importância do exemplo. Os líderes transformadores falam sobre os valores da empresa e os vivenciam no dia a dia, servindo de modelo para seus colaboradores. Portanto, é fundamental que estejam sempre comunicando a visão e os valores da empresa de forma clara e envolvente.  

“Assim conseguem atribuir propósito à mensagem que querem transmitir para as pessoas e elas entendem por que aquilo é importante. Precisam descobrir quais são os gatilhos que fazem um time se ver naquele propósito. Então, um líder deve aprender a dar significado das situações mais simples às mais complexas”, explica Joana Rebocho, head of culture, engagement and learning & development na Academia Santander. 

Além disso, devem promover um ambiente onde as falhas sejam encaradas como oportunidades de crescimento. “Em uma cultura de alto rendimento, o papel das lideranças é fundamental e envolve ser responsável pelo ambiente e pelas melhores relações entre seus times, e ainda dar a orientação para que isso aconteça. É promover efetivamente estas relações e estimular que tudo ocorra em um ambiente de segurança psicológica e de confiança para que as pessoas possam testar e errar e se desenvolver cada vez mais”, acrescenta a executiva do Santander. 

E claro que desafios não faltam nesta jornada. O diretor-geral da Findes classifica em três os que considera os maiores: “O primeiro é o exercício legítimo de escuta, no qual os líderes devem se abrir para ouvir o outro e compreender as dificuldades e necessidades. O segundo é a coerência entre discurso e prática, ou seja, devem agir de acordo com aquilo que falam, vivenciando os valores e princípios que defendem. O último refere-se à visão estratégica que devem ter para além das entregas imediatas, promovendo uma perspectiva de longo prazo para a equipe”. 

Perfil ideal

E qual seria o perfil ideal de líder para as organizações? “Os melhores líderes são aqueles que conseguem entender quais são as suas vulnerabilidades, demonstram quais são elas e buscam um time que se completa. Eu não quero pessoas iguais a mim trabalhando comigo, quero exatamente pessoas que complementam as minhas forças e as minhas fraquezas”, analisa Vinícius Germano da Panco. 

A head do Santander também lista vulnerabilidade e ressalta gestão humanizada como pontos necessários para essa liderança. “Ela precisa se dedicar ao máximo para estar em constante desenvolvimento e ter uma visão de futuro para se antecipar e direcionar o time. Deve ainda ter humildade de assumir que não detém todo o conhecimento do mundo e que nem sempre está certa. Atua de forma humanizada e entende a dinâmica da complexidade que estamos vivendo para poder tomar as melhores decisões”, diz Joana Rebocho. 

E se um líder assim é bom, para o diretor-geral da Findes, o ideal seria contar com uma equipe de líderes que atue em conjunto e de forma complementar. Como um time de ciclismo, no qual cada um tem seu papel, porém, a vitória só chega se cada um estiver disponível para executar bem seu papel ou até disposto a ir além para compensar algum eventual problema enfrentado pelo companheiro de equipe, mesmo que não seja ele a subir no pódio. 

“Acredito que um time de líderes muda uma organização. Então, formar um time de líderes é essencial, pois são eles que irão moldar a cultura da empresa e garantir resultados consistentes ao longo do tempo. E o time de líderes ideal é aquele composto por indivíduos com diferentes competências, capazes de trabalhar em equipe, formar sucessores e promover o crescimento da organização”, finaliza Roberto Lima.  

Dicas para ser o líder dos sonhos de seu time  

  1. Desenvolva suas habilidades de escuta para compreender melhor sua equipe. 
  2. Seja coerente entre o que diz e o que faz, mantendo a confiança dos liderados.
  3. Construa um time diversificado, valorizando as competências individuais. 
  4. Tenha uma visão estratégica e inspire a equipe a pensar além do momento presente. 
  5. Forme sucessores capacitados e esteja disposto a compartilhar o poder.

Matéria para a 10ª edição da Revista Caótica. Clique aqui e acesse a edição completa. 

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