Quiet quitting é um termo que pegamos emprestado do inglês para descrever um fenômeno que tem acontecido com mais frequência no mercado de trabalho.
A causa disso é a grande pressão que as organizações colocam em cima das pessoas, para que façam mais coisas além da sua função ou para que extrapolem os limites do horário de trabalho.
E isso ocorre de uma forma bem discreta, encoberta daquele famoso lema “vestir a camisa da empresa”. E, por muitas vezes, nem precisa ser falado, está incrustado na cultura organizacional. Então, se você quer saber quais são os sinais do quiet quitting, o que significa e como evitar, é só continuar sua leitura.
O que é quiet quitting?
Atualmente, convivemos com mais doenças do que algumas décadas atrás, especialmente por causa do estresse do trabalho. E isso tem causado um desgaste mental tão grande que as pessoas simplesmente desistem de lutar contra a maré.
E isso é o quiet quitting, a tradução significa demissão silenciosa. Contudo, não se refere realmente à pedir demissão, mas sim impor limites. Ou seja, de começar a dizer não para algumas coisas que são pedidas, que estão fora das suas responsabilidades.
E não pense que quem faz isso é porque é preguiçoso e não quer trabalhar. Essa é uma medida que pessoas de todos os cantos estão adotando para evitar uma sobrecarga mental, especialmente para separar a vida profissional da vida pessoal.
Claro, se a pressão continua e piora sobre a pessoa, a situação pode sim resultar em um pedido de demissão. Até lá, a pessoa continua fazendo apenas suas obrigações até conseguir outra vaga de trabalho. Aliás, dependendo da gravidade da situação, ela prefere sair o quanto antes, mesmo sem ter algo à vista.
Esse é outro movimento chamado de The Great Resignation, ou a Grande Demissão.
O Quiet quitting está presente em empresas que têm uma cultura organizacional tóxica ou de superiores tóxicos, que exigem (e quase obrigam) as pessoas a realizarem tarefas que vão muito além de suas responsabilidades.
Por que o quiet quitting é um fenômeno mundial?
A competitividade do mercado de trabalho sempre vai ser uma condição que impacta a vida das pessoas. O crescimento e a visibilidade pode gerar muitos benefícios para as pessoas que trabalham na empresa, mas também pode exigir cada vez mais delas.
E quando isso passa dos limites, as pessoas sentem que o seu dia inteiro é voltado apenas para o trabalho. Em alguns casos, isso inclui o fim de semana. Então, cadê o espaço para descanso e lazer?
Depois da pandemia do Covid-19, essa situação ficou ainda mais evidente. As equipes tiveram que provar a sua eficiência no home office. Mas o problema disso é que muitas equipes foram enxugadas e muitas pessoas tiveram que absorver funções de colegas.
“Se não está entregando a demanda, é porque não está trabalhando, deve tá em casa dormindo no horário de trabalho.”
Em outros casos, a demanda simplesmente triplicou e a empresa não aumentou o quadro de funcionários. Isso fez com que as pessoas tivessem que trabalhar fora do horário de trabalho para dar conta de tudo. E caso não fizessem, corriam o risco de serem demitidas.
“Vamos precisar de uma força tarefa para entregar a demanda, podemos contar com vocês? Senão, vamos ter que fechar a empresa…”
Em vez da empatia prevalecer, a falta de confiança e o foco no lucro dominaram as relações no trabalho. E tudo isso que descrevemos levou ao famoso burnout, que é o esgotamento profissional pelo excesso de trabalho. Por consequência, o quite quiet (sair/parar de fininho) começou a crescer.
Procura por qualidade de vida
No primeiro momento, as pessoas aceitaram as condições de trabalho, mas, depois do aumento dos distúrbios relacionados ao trabalho, elas perceberam que era necessário criar um equilíbrio.
Uma diferença bem grande entre as pessoas de hoje e as de algumas décadas atrás é que elas não querem mais trabalhar por trabalhar. Elas procuram por qualidade de vida no trabalho e querem trabalhar em uma empresa que esteja alinhada com seus valores.
O mais importante mesmo é que querem deixar o trabalho… no trabalho. Em casa, não há mais espaço para o que não pertence. “Ah, mas e quem trabalha remoto”? Também impôs limites de horários e de acréscimos de demanda.
Então, o quiet quitting é um movimento corporativo que tem como principal objetivo a preservação da saúde mental das pessoas. Não é uma rebelião interna para falir a empresa, é simplesmente uma mudança de prioridades.
Portanto, os quiet quitters (os desistentes silenciosos) podem sim dar o seu melhor e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar no crescimento da empresa… mas somente o que estiver ao seu alcance.
Como evitar o quiet quitting?
Não é uma regra, maaas geralmente quem acha um absurdo as pessoas adotarem o quiet quitting são as mesmas pessoas que provocam esse movimento, e não conseguem enxergar o verdadeiro motivo para isso estar acontecendo na empresa.
No entanto, se você já identificou esse fenômeno, está disposto a provocar uma mudança significativa na empresa e reconquistar os quiet quitters?
Mudança de mindset
Em primeiro lugar, a liderança precisa adotar uma nova postura e entender que as pessoas que trabalham na empresa são, antes de tudo, pessoas, e não robôs. Em segundo lugar, devem criar a ciência de que elas precisam da empresa tanto quanto a empresa precisa delas. Existe uma troca e ela precisa ser justa.
Identificação do excesso de trabalho
Se você está com a cabeça aberta, deve fazer uma pesquisa com todas as pessoas da empresa para conhecer o clima organizacional e identificar quais pontos estão contribuindo para o quiet quitting.
Veja mais:
Alinhamento de prioridades
É comum surgir demandas urgentes e ter que reestruturar as prioridades do dia, e isso é dever da liderança. É fato que a equipe não vai conseguir fazer tudo ao mesmo tempo, então precisa saber o que deve ser feito em primeiro lugar. E não adianta falar que tudo é prioridade. Afinal, se tudo é prioridade, nada é.
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Como (re)engajar a equipe?
Nós somos a Escola do Caos, uma escola de inovação que promove uma mudança disruptiva no mercado de trabalho, para antecipar o futuro e adaptar sua realidade. E isso acontece por meio de simulações caóticas que utilizam seu dia a dia e possíveis situações para abrir a mente das pessoas.
Você sabe o que fazer para o trem voltar de volta aos trilhos? Ou melhor, para evitar que saia? Pois a gente vai te mostrar por meio dos treinamentos, que se baseiam em 3 pilares:
- Reimagine: o que aconteceria se…?
- Reinvent: o que pode ser feito se…?
- Relearn: agora sei que posso fazer isso se…
Nossos treinamentos são voltados para líderes que precisam desenvolver skills para unir e fortalecer sua equipe, assim como criar um ambiente saudável, para que as pessoas sintam prazer em trabalhar e sejam mais produtivas.
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