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5 sinais de que sua empresa ainda não entendeu que precisa mudar…

Ao longo dos últimos meses empresas vêm se reunindo para rediscutir seu planejamento estratégico. Muitas sofreram solavancos em perda de receita e clientes. Gente foi demitida ou pediu para sair.

Uma quantidade enorme de fusões, aquisições, quebradeiras ou mesmo estagnação. Algumas poucas empresas cresceram com a balburdia que se instalou. Independente se sua empresa chorou ou vendeu lenços, digo máscaras, uma coisa é certa:

A estratégia de qualquer companhia precisa mudar – mesmo que esteja ganhando dinheiro.

Giuseppe Tomasi, certa vez disse: Tudo precisa mudar para que nada mude! Mas por incrível que parece, algumas companhias ainda acham que é possível continuar existindo sem uma mudança radical em sua gestão ou na sua cultura organizacional.

Portanto, listei 5 aspectos que definem empresas que ainda esperam que alguém lhes diga o que fazer:

  1. O modelo organizacional continua o mesmo. A empresa continua com a mesma pirâmide hierárquica. Entre o estagiário e o presidente é possível ver uma quantidade enorme de cargos. Se o organograma de sua empresa tem mais de duas páginas é sinal que existe muito cacique para pouco índio. Em diversas companhias o funcionário que mais aparece é o querido TBA (to be announced). Ele aparece em todas as diretorias. O dilema continua sendo promover gente de dentro ou contratar gente de fora. Diretores não chegam a um consenso. Ficam procurando a pessoa certa para o lugar certo e a fila não anda. Parece que todos estão esperando alguma coisa acontecer para poder decidir. Será que já pensaram em tornar a estrutura mais leve, com menos cargos de direção e mais fluida?

Mas mexer na estrutura hierárquica é colocar o dedo no ego de pessoas que não querem perder o status quo.

2. A missão, visão e os valores continuam os mesmos. Estes três pilares foram criados para que a empresa alcançasse o Olimpo em um mercado que não existe mais. A competição mudou. Os players são outros. A pandemia mudou a lógica organizacional e muitos empresários ainda acham que o objetivo precisa continuar sendo o mesmo. Não mudaram seus orçamentos, continuam com as mesmas metas e perseguem os mesmos indicadores. O quadrinho na parede continua com os mesmos dizeres, e cá entre nós, em muitas empresas pouca gente sabe explicar a missão ou visão da companhia. Quase sempre começa com o “Ser a referência…” ou “Ser a melhor opção para o cliente…” Difícil traduzir em comportamentos observáveis para que os colaboradores incorporem o real sentido do que se persegue.

Que tal escrever uma Missão, Visão e Valores que as pessoas realmente entendam?

3. O jeito de ser promovido ou demitido continua o mesmo“Onde você quer estar daqui a 5 anos?” – Esta pergunta fazia sentido antes da pandemia. Hoje, a melhor resposta seria: “Não dá nem pra prever onde vou estar nos próximos dois dias!”Não é possível mais atrelar o crescimento de um profissional ao número que ele gera. O conceito de performance acaba de ser resetado. Muita gente suou a camisa, engoliu sapo, entrou em Burnout e performou acima do combinado e foi demitido como forma de corte de custos na pandemia.

Empresas vivem uma crise de “propositite” aguda.

Para convencer um funcionário a dar o sangue pela empresa novamente, será necessário inventar uma nova história motivacional. Não há tempo nem disposição dos funcionários para se matar em prol do objetivo da empresa sem contrapartidas de curto prazo. Sua empresa já decidiu o novo conceito de performance?

4. A rotina de trabalho não mudou. Por mais que você ache que trabalhar de casa foi uma reviravolta absurda, isso não representa nem 1% do que precisa mudar. Em muitas empresas o jeito de trabalhar continua o mesmo. A forma como as pessoas aprovam suas despesas, igual. As reuniões de começo de dia, a maneira como os workflows acontecem não mudou. A tomada de decisão é a mesma. A fluxo de e-mails igualzinho. Se antes sua empresa tinha um andar inteiro com salas de reuniões, agora contrata um servidor mais parrudo para suportar tantas lives que acontecem.

O jeito de cobrar, de remunerar, de dar feedback, de motivar… Nada mudou. A diferença é que o mundo inteiro já é outro.

5. A razão não foi substituída pela emoção. Em muitas empresas pessoas continuam desempenhando um papel. São convidadas a deixar seus problemas pessoais na porta de entrada da empresa. Ninguém ali tem dor de barriga, está se separando ou com problemas de grana. As competências falam mais alto do que as emoções. Não se prestigia a autenticidade emocional. Líderes são convidados a assumir um papel de super homem ou mulher maravilha. Se sentem na obrigação de ter todas as respostas, controlar tudo, planejar tudo.

Pessoas continuam sendo números. O chefe ainda não sabe o nome de todos os funcionários.

Será que a pandemia ainda não deu sinais suficientes de que as empresas precisam se adaptar e viver uma nova realidade? Será que a pandemia vai terminar primeiro do que o início das mudanças nas empresas?

Alberto Roitman é Chief Chaotic Officer na Escola do Caos e autor dos livros Você é o que você entrega e A Última Chance!

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