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Saúde mental no trabalho: O que fazer se todos estão tensos?

Nunca fomos tão desafiados a manter o equilíbrio mental no ambiente de trabalho. Isso ocorre pois as variáveis convidativas para perdermos o prumo são incontáveis.

A pandemia somente nos deu mais um nível de dificuldade: perdemos as características visuais, auditivas e sinestésicas que tínhamos no escritório.

Assim, não é mais possível fazer uma pergunta ao chefe e avaliar como ele reage fisicamente, não temos mais uma leitura de sinais de quem almoça com quem, ou mesmo se temos tensão ou tranquilidade dentro das salas de reunião, e tampouco se as promessas feitas antes de migrarmos para o home office serão cumpridas.

O escuro e a dúvida se misturam. A consequência disso é o desequilíbrio emocional.

Não sabemos se estamos sendo esquecidos, se nosso trabalhos está sendo bem avaliado. Se podemos sair no próximo corte, ou se está rolando alguma coisa que deveríamos estar envolvidos.

As dúvidas são inúmeras e o simples fato de mostrarmos que estamos preocupados, ansiosos ou nervosos, pode contar pontos negativos. Mas saiba que todo mundo está no mesmo barco. Nossos chefes, os “chefes-dos-chefes”, funcionários, pares.

Todo mundo está sendo desafiado a manter o equilíbrio.

Por isso, manter a calma passará a ser um diferencial competitivo.

Por outro lado, não é tão simples assim. Doenças mentais como ansiedade, estresse, burnout são temas muito sérios e não se corrigem mantendo a calma, apenas. As reflexões valem se você ainda tiver controle da situação. Caso contrário, não espere mais nem um segundo e procure ajuda.

Seus chefes estão preocupados

Achávamos que voltaríamos ao escritório fisicamente. Com uma nova fase da pandemia, muitas empresas mandaram seus times de volta para casa.

Outras nem modelo híbrido estão fazendo. Uma grande quantidade de pessoas está doente. Por isso, seus chefes estão preocupados em manter a operação em pé.

Saiba que ele/a está tentando gerir uma equipe à distância e não foi preparado para isso. Dois anos de pandemia não qualificam ninguém para ser um super gestor que viveu 10 ou 15 anos gerindo equipes presencialmente. Fique tranquilo e continue fazendo o seu trabalho bem feito.

Seus colegas estão preocupados

Se você trabalha em uma empresa que adora competição, hora de pensar em tirar o pé do acelerador. Competir ferozmente vai drenar sua energia e não há garantia alguma de ser recompensado por isso. Colegas que competem entre si tendem a sofrer muito mais quando não tem ideia do que está acontecendo direito.

A turma acaba trabalhando até altas horas, envia e-mails de madrugada achando que isso vale pontos. Não vale. Apenas esgarça sua saúde mental.

Procure fazer o que te pedem, e pare de achar que mandar dois mil e-mails por dia vai te gerar um elogio. Você é o que você entrega. Esqueça virar o rei ou a rainha do WhastApp.

Vá tirar um cochilo depois do almoço. Aproveite para conversar com seus pares e entender se eles estão pilhados. Gere tranquilidade.

 Seus funcionários estão preocupados

Se você é líder passe uma mensagem clara para sua equipe. Encher as agendas de reuniões não significa que estão sendo produtivos. Apenas, que estão ocupados.

E ninguém ganha bônus por fazer doze reuniões por dia. Converse com as pessoas de maneira aberta. Deixe claro o que você espera do seu time, mas principalmente o que você não espera.

Repita para todos que há uma presunção (e também uma certeza) de sua parte de que existe boa fé. Fale que você sabe que todos estão trabalhando.

A maior parte do time ficará emocionalmente abalado se você não deixar claro as regras do jogo. Não é tarde para isso. Combine quantas vezes por semana prefere conversar com as pessoas, até que horas elas devem trabalhar e que os feedbacks deles para você, são importantes.

Isso mesmo, peça feedbacks sobre o seu estilo de gestão. Isso vai deixar todo mundo mais tranquilo.

Estamos sendo desafiados a resgatar algo que perdemos no mundo corporativo: a humanidade das relações. Não se esqueça nunca que empresas não existem. CNPJs não existem. Existem pessoas que precisam de atenção, serem valorizadas e ouvidas.

Não estamos em um distanciamento social. Estamos em um distanciamento físico. E mesmo à distância podemos estar todos próximos. Isso ajuda a manter a saúde mental de todos. Isso importa mais do que qualquer outro KPI do negócio.

Aproveite para ouvir o episódio “Desconecte-se”, do podcast Caos Corporativo. Alberto Roitman, Amanda Costa e Anderson Bars falam sobre como podemos nos reencontrar e ganhar força para continuar.

Clique aqui para ouvir agora mesmo.

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